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O que muda na educação americana?

O que muda na educação americana?

Entenda as funções do Departamento de Educação dos EUA e os planos do governo Trump

Nos Estados Unidos, o Departamento de Educação (Department of Education) é uma agência federal responsável por coordenar e supervisionar políticas educacionais em nível nacional. Criado em 1979, durante o governo do presidente Jimmy Carter, o departamento tem como principais funções garantir o acesso à educação de qualidade, administrar programas de auxílio financeiro a estudantes, fiscalizar o cumprimento de leis educacionais e coletar dados sobre o desempenho das escolas e universidades do país. Em outras palavras, ele atua como um órgão centralizador das diretrizes educacionais nos EUA.

No entanto, desde que assumiu a presidência em 2017, Donald Trump e sua equipe têm defendido a extinção do Departamento de Educação. A proposta faz parte de uma agenda mais ampla de redução do tamanho do governo federal e de transferência de responsabilidades para os estados e municípios. Mas por que isso está acontecendo, e o que isso significa para a educação americana?

 O que o Departamento de Educação faz?

O Departamento de Educação dos EUA não administra escolas diretamente, mas desempenha um papel crucial na distribuição de recursos e na definição de políticas educacionais. Entre suas principais atribuições estão:

1. Financiamento de programas educacionais: O departamento gerencia bilhões de dólares em subsídios e empréstimos para estudantes universitários, além de financiar programas para escolas públicas, especialmente aquelas que atendem comunidades de baixa renda.

2. Fiscalização de leis federais: Ele garante que as escolas e universidades cumpram leis como a *Individuals with Disabilities Education Act* (Lei de Educação para Indivíduos com Deficiências), que assegura educação especial para crianças com necessidades específicas.

3. Coleta de dados e pesquisas: O departamento coleta informações sobre o desempenho das instituições de ensino, ajudando a identificar problemas e a direcionar políticas públicas.

4. Promoção da igualdade educacional: Ele trabalha para garantir que todos os estudantes, independentemente de raça, gênero ou condição socioeconômica, tenham acesso a uma educação de qualidade.

 Por que Trump quer acabar com o Departamento de Educação?

A proposta de extinguir o Departamento de Educação não é nova. Desde a década de 1980, políticos conservadores têm argumentado que a educação deve ser uma responsabilidade dos estados e não do governo federal. Donald Trump e sua equipe, incluindo a ex-secretária de Educação Betsy DeVos, defendem que a centralização das decisões em Washington limita a autonomia local e gera burocracia excessiva.

Além disso, o governo Trump critica o que considera uma interferência excessiva do governo federal na educação, argumentando que os estados e as comunidades locais estão mais aptos a tomar decisões que atendam às necessidades específicas de suas populações. A ideia é que, sem o Departamento de Educação, os estados teriam mais liberdade para implementar suas próprias políticas e currículos.

No entanto, críticos da proposta argumentam que a extinção do departamento pode levar a cortes significativos no financiamento de programas educacionais, especialmente em estados mais pobres, que dependem fortemente de recursos federais. Além disso, há preocupações sobre o impacto em grupos vulneráveis, como estudantes de baixa renda e crianças com deficiência, que dependem de leis e programas federais para garantir seus direitos educacionais.

 O que isso significa para o futuro da educação nos EUA?

A proposta de Trump ainda não foi implementada, e a extinção do Departamento de Educação exigiria a aprovação do Congresso, o que parece improvável no curto prazo. No entanto, a administração Trump já tomou medidas para reduzir o papel do departamento, como cortes orçamentários e a revisão de regulamentações federais.

Enquanto isso, o debate sobre o papel do governo federal na educação continua acalorado. De um lado, há quem defenda maior autonomia local; de outro, há quem acredite que o governo federal deve garantir padrões mínimos de qualidade e igualdade de oportunidades em todo o país.

No Brasil, onde a educação também enfrenta desafios significativos, como a desigualdade entre escolas públicas e privadas, a discussão nos EUA serve como um alerta sobre a importância de políticas públicas robustas e bem financiadas para garantir o direito à educação para todos.

*Foto: President Donald Trump and Education Secretary Betsy DeVos at a previous meeting (Getty Images)

Pesquisador e Ph.D em Educação pela European International University (França), com diploma Revalidado pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Graduado em Direito e Especialista em Direito Educacional. Fundador, Presidente e Reitor advitam da Logos University International. Primeiro brasileiro homenageado pela Casa Legislativa do Estado do Texas pela sua honra e distinção na área da Educação.

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